O montante levantado atráves de doações de corredores em Londres me faz pensar o porquê de não termos iniciativas parecidas no Brasil
A London Marathon Events, entidade que organiza a maratona londrina, anunciou que arrecadou 58,3 milhões de libras (equivalentes a R$ 360 milhões) na edição realizada em 2022. Esse é um montante ainda maior do que o arrecado na edição de 2019, antes da pandemia, o recorde até então.
Se no ano passado, a prova contou com 40.643 concluíntes nas ruas de Londres e outros 8.518 em sua edição virtual, podemos esperar que o total arrecadado para a edição de 2023 deva ser ainda maior, já que o número de atletas que termiraram a maratona este ano chegou a 48 mil.
A ato de doar valores para entidades carentes é algo cultural nos países de primeiro mundo e foi naturalmente inserido nas corridas. No entanto, não deixa de ser impressionante a força da doações em Londres e também nas grandes provas americanas, o que me faz pensar no porquê disso não ser comum em países como o Brasil.
Não que o brasileiro não seja solidário, ele é. E muito. Mas na maioria das vezes, só na tragédia, como quando acontece deslizamentos de terra, enchentes ou outros acidentes naturais. No litoral norte de São Paulo, por exemplo, quando um evento extremo atingiu as cidades de São Sebastião, Caraguatatuba, Ubatuba Ilhabela e Bertioga no início deste ano (leia aqui), as cidades tiveram até problemas de logística para lidar com a quantidade de alimentos, roupas doadas que chegavam à região.
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Em provas, temos alguns exemplos daquelas que pedem um quilo de alimento não-perecível para ser doado na entrega dos kits, mas não há uma ligação do tipo "umbilical" com a organização e e raramente sabemos para qual entidade o alimento foi doado e o impacto desta ação.
Será que algum dia teremos algo como acontece no exterior, de haver algumas entidades para as quais você poderia arrecadar valores a serem doados à elas em troca de uma inscrição na prova? Será também que as pessoas fariam essa doação?
Será que caberia aos organizadores dos eventos tomar essa iniciativa, ou teria que ser uma cobrança nossa, dos corredores, ou mesmo das próprias entidades?
São muitas perguntas para as quais eu não tenho a resposta. Você tem?
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